Eduardo Rolim (ADUFRGS-Sindical) apresentou palestra sobre os impactos da reforma da Previdência para os professores da Educação Básica.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), os Impactos da Reforma da Previdência para docentes do ensino infantil, básico e fundamental, e o futuro da Educação Básica nas Instituições Federais de Ensino foram os destaques do segundo dia do 2º Encontro Nacional de Educação Infantil do PROIFES-Federação, realizado de 5 a 7 de fevereiro em Natal, capital potiguar.
A primeira mesa do segundo dia teve por tema a Base Nacional Comum Curricular, documento que define as aprendizagens que todos os alunos do Brasil devem desenvolver em cada etapa da Educação Básica, por Maria Rita Barbosa, professora da Faculdade de Educação da UFRGS, para quem a BNCC deve ser uma adaptação, um diálogo com o que a escola já tem. A docente contextualizou o surgimento e o desenvolvimento da BNCC e suas discussões em cada etapa, defendendo que, apesar de imperfeito, a Base é um instrumento a ser apropriado pelo docente.
“O documento curricular é universal, a prática é a leitura local que o professor faz, uma leitura contextualizada da Base. É fundamental que a gente tenha um projeto educativo, e a Base tenta sintetizar um projeto de formação humana. Na escola o professor não pode dizer que não vai trabalhar com a Base, ela é uma política de estado. Podemos dizer ao professor como trabalhar com a BNCC, que leitura ele pode fazer, e isso é um outro tipo de resistência contra o autoritarismo da BNCC. A universidade está perdende esse lugar porque faz resistência à Base, e não uma leitura dela junto com os professores”.
Para Maria Rita, a universidade analisa apenas o contexto de influência, “mas não construímos uma estratégia política de contra-hegemonia, deixamos para os professores [das escolas municipais], que estão trabalhando sessenta horas. Ninguém vai lá ajudá-los a discutir a Base, então eles só a reproduzem. Não basta só fazer a análise, tem que fazer intervenção. Os professores da rede pública estão muito preocupados com sua sobrevivência, vivemos um momento sério de posições contrárias à Base, e temos que pensar muito bem nossos compromissos”, afirmou a pesquisadora.
Neste sentido, Denise Carvalho, da UFRN, ressaltou o papel fundamenta que os docentes das universidades têm na discussão da BNCC. “Para a implementação da Base o que se o que se impõe para nós das universidades é uma responsabilidade imensa. Os docentes das unidades de educação infantil das universidades têm um papel fundamental da discussão deste documento, um lugar de vanguarda, de destaque nas discussões, porque têm essa condição diferenciada. A implementação ainda está em curso, em muitas instituições ela nem começou, temos muito trabalho pela frente ainda”, destacou.
Na segunda mesa da manhã, com o tema O futuro da Educação Básica nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), Viviane Cancian, presidente da ANUUFEI, detalhou dados das criações das Unidades de Educação, sua distribuição regional e especificidades. Para Cancian, o futuro “é a garantia de unidade, que não vem só com a legislação do governo, mas sim com o trabalho que realizamos dentro das universidades. Infelizmente temos reitores que apoiam, mas também reitores que não apoiam, por isso temos que mostrar a qualidade do que produzimos e o impacto disso para nossos estudantes de graduação. Há uma luta externa, mas também temos uma luta interna, muitas vezes nem os professores das unidades acreditam nela. Então tem que haver muito diálogo para dentro, para fortalecer. Não é só educação infantil, é de educação básica que precisamos falar na universidade. Na medida em que discutimos a educação basica, fortalecemos as universidades”, ponderou a presidente da ANUUFEI.
Já Walter Silva, presidente do CONDICap, frisou que é necessário para os professores das unidades de educação infantil e escolas vinculadas se apropriarem da carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), apesar das dificuldades de convivência interna e resistência nas próprias unidades. “A luta não é entre nós, é contra esse governo que quer desmontar a educação. Quando olhamos o quadro das IFES, das escolas vinculadas, do EBTT, muita coisa mudou, com a luta do próprio PROIFES, que fez com que o EBTT existisse. Essa luta é um trabalho de formighinha, quando consideramos o que é uma história da educação. Viver é uma arte, mas conviver em uma escola é superar esta arte. Temos que aprender a conviver, mas é um processo complexo. A precarização começa com nós, muitas vezes a solução está ao nosso lado, em nossas escolas. Fortalecer e saber conviver com todos os segmentos da escola é privilégio de poucos”.
Desde que esse governo assumiu a um ataque direto às universidades, para enfrentar o desmonte das IFES precisamos de estratégias, precisamos entender o contexto, afirmou Zilmar Rodrigues, secretário de educação básica, técnica e tecnológica da UFRN. “Até mesmo a defesa do governo do Future-se é feita de modo a desmoralizar a universidade e a pesquisa que se faz aqui. É uma governo que não gosta da educação. É uma concepção neoliberal que não é nova. Nesse contexto ainda temos que nos legitimar dentro da universidade, é o tempo todo uma desconfiança de nossa capacidade na pós-graduação. Parece que o EBTT só se realiza plenamente nos Institutos Federais. Temos que ir para o debate qualificado , não podemos aceitar soluções simplistas para problemas complexos.”
No período da tarde, o diretor de assuntos jurídicos do PROIFES-Federação, Eduardo Rolim (ADUFRGS-Sindical) apresentou sua palestra com o tema Os impactos da Reforma da Previdência para os professores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Rolim detalhou aos docentes presentes as mudanças sobre os cálculos de aposentadoria que a recente Reforma da Previdência terá sobre as diferentes gerações de docentes, e quais os impactos financeiros que estas alterações terão para estes professores. Acesse aqui a apresentação completa: Os impactos da Reforma da Previdência para os professores da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio apresentada por Rolim no Encontro.
Encerrando o segundo dia, a professora Gilvânia Pontes, professora do Núcleo de Educação da Infância (NEI) da UFRN apresentou a palestra “A metodologia do tema de pesquisa como articuladora da construção do conhecimento”, na qual apresentou um estudo de caso sobre a metodologia no processo de formação de docentes, debatento um currículo em movimento, seus percusos, transformações e atuação do sujeito produzindo sentidos para sua formação.
Gilvânia destacou a importância da mediação docente e a abordagem das artes visuais na Educação infantil, e da formação de professores no campo da Arte e Educação, Educação Física e Infância, citando a experiência do Circo e seus elementos no contexto de aprendizagem de uma turma de estudantes do NEI, trabalhando Ciências e Artes a partir da experiência dos próprios estudantes com elementos circenses. “A metodologia passa por esse processo de formação de docentes, ela já existia, mas tivemos que nos apropriar dela no contexto do NEI. Não foi fácil instituir o NEI como um local de produção de conhecimento de qualidade. Fazemos a formação também dos estudantes de graduação no NEI, como estágio, observação e cursos de extensão, o que produzimos aqui tem o compromisso de comunicar conhecimento para outros professores”, concluiu Gilvânia.
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FONTE: PROIFES-Federação